Nesta quarta-feira (20), o Programa Cisterna do Ministério do Desenvolvimento Social, coordenado pelo Projeto Saúde e Alegria na região, concluiu sua última obra de construção de sistemas de água e saneamento na comunidade Terra Preta dos Vianas, região do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Lago Grande
Com muita alegria, a comunidade Terra Preta dos Vianas no PAE Lago Grande celebrou a entrega do sistema que atende a demanda de distribuição de água para 59 famílias. Aproximadamente 300 pessoas passaram a receber água tratada nas residências através da implementação da tecnologia de número 15, que consiste na construção de um microssistema com reservatório elevado, rede de distribuição nas ruas, captação de água de chuva nas casas, elevado e uma caixa de mil litros para cada residência e ainda construção de banheiros com pia e fossa, possibilitam mais dignidade aos moradores da comunidade.
Já famílias que moram em locais mais afastados e de difícil acesso, foram beneficiadas com a tecnologia número 8, que consiste na captação de água de chuva; um elevado com caixa de mil litros; um elevado com caixa de 5 mil litros; um banheiro completo; uma pia de cozinha e um filtro de barro.
“Ter água no território é ter direito. É uma conquista. Para os comunitários é uma conquista porque quando a gente pensa em Amazônia tem muita água, mas pouco saneamento básico” – comemorou Darlan Neres, integrante da Federação das Associações de Moradores e Comunidades do Assentamento Agroextrativista Da Gleba Lago Grande – Feagle.
Através da parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Semap), um poço de 120 metros foi instalado pela secretaria para garantir o abastecimento ininterrupto. Uma grande realização para o coordenador da associação de moradores da comunidade Terra Preta dos Vianas, José Ribeiro Dias: “A água é um direito de todos. Água é vida. É com muita gratidão que nós recebemos hoje água de qualidade dentro da nossa casa”.
As obras coordenadas pelo PSA, credenciado como gestor do Cisterna na região, foram executadas no território pela Somecdh com acompanhamento da FEAGLE e participação ativa dos moradores, ressalta a técnica da Somecdh, Michele Monteiro: “É uma obra social onde a comunidade é parceira deste o início do projeto. A obra social começa com o entendimento comunitário com a importância do processo, entendendo como funciona, a gestão e como darão continuidade do equipamento que eles estão recebendo. A comunidade é responsável pela obra. Nada é feito por eles, é feito com eles. Todas as etapas de obras, descarregamento de materiais, armazenamento. Eles hospedam as equipes. É um trabalho coletivo” – ressalta.
A comunidade está localizada na região do Projeto de Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande – PAE Lago Grande – que abriga 154 comunidades e 6.600 famílias indígenas, ribeirinhas, que trabalham com extrativismo e agricultura de base familiar. A região é palco de inúmeras disputas territoriais, devido à pressão pesqueira, mineração, desmatamento e garimpo. A distância do centro urbano de Santarém, dificultou ainda mais o transporte dos materiais de construção, necessitando do envolvimento direto dos comunitários – que na cerimônia de entrega, comemoram o fruto de esforço e parceria.
“Isso traz uma grande diferença dentro da comunidade porque faz com que as pessoas deixem de estar usando água do igarapé, muitas vezes poluída. E principalmente as crianças que tinham um contato mais direto, com muitos problemas de saúde. É uma grande conquista que a comunidade está tendo hoje. É um momento de festa onde a comunidade nos recebeu” – comentou o responsável pelo Programa de Água do PSA, Carlos Dombroski.
Com esta entrega, o programa Cisterna atinge sessenta e uma (61) comunidades nos municípios de Santarém, Belterra e Itaituba. “Comunidades mais distantes que nós nunca imaginávamos que um dia pudesse chegar água encanada nas residências hoje é uma realidade” – destacou Dombroski. São mil cento e oitenta e quatro (1.184) famílias beneficiadas com tecnologias de acesso à água e saneamento em comunidades da Resex Tapajós Arapiuns, de várzea, da Floresta Nacional do Tapajós, territórios indígenas Munduruku e Maró, e no Assentamento Agroextrativista Lago Grande. Apenas no Lago Grande, treze comunidades receberam os sistemas de abastecimento.
As obras coordenadas pelo PSA, credenciado como gestor do Cisterna na região Oeste do Pará, foram executadas pela Sapopema, Somecdh e Asproc.