Capacitação realizada no Centro Experimental Floresta Ativa na Resex Tapajós Arapiuns, reuniu mulheres de comunidades com projetos de infraestrutura turística: Vila Gorete, Atodi, Arimum, São Miguel, São Marcos, Urucureá, Anã e Anumã;
Uma das missões do Projeto Saúde e Alegria é apoiar cadeias produtivas sustentáveis para a geração de renda e o receptivo turístico e a oferta de alimentos são alguns dos serviços que integram a dinâmica do Turismo de Base Comunitária.
Nestas comunidades, algumas já possuem estrutura receptiva para receber turistas, como pequenas pousadas ou redários. Outras estão com projetos em andamento, como na comunidade de Urucureá onde está sendo construído um restaurante.
Além da infraestrutura é necessário capacitar os comunitários para que aperfeiçoem seus trabalhados. Em parceria com o Senar e a L’Oréal, o Programa Floresta Ativa promoveu no período de 27/09 a 01/10, a capacitação que visa proporcionar um espaço criativo e inovador para agregar aos empreendimentos turísticos nas comunidades da Resex.
No curso, as mulheres aprendem técnicas para ter o alimento como fonte de renda sustentável, criativa, com afeto e opção ricamente nutritiva. “Desenvolvimento econômico a partir da agricultura familiar porque ali tem uma cadeia de quem oferece o peixe, a galinha, as frutas. E elas fazem esses alimentos virarem uma refeição saudável” – explicou a colaboradora do PSA, Ana Daiane.
A formação teórico-prática possibilitou compreender as técnicas para cozinhar pratos exclusivamente com ingredientes de origem vegetal, que excluem do preparo ingredientes de origem animal, como carne bovina, frango, peixe, ovos etc.
“Como higienizar e como preparar os alimentos, como o pão, a salada porque nós temos que seguir as regras para ter uma boa alimentação na nossa casa e para o nosso turista” – explicou Dilma Martins, da Vila Atodi no Rio Arapiuns, onde recebem e hospedam visitantes na pousada encanto do Arapiuns.
Para Ivana Guimarães, da comunidade Anã, o curso estimulou a criatividade para utilizar produtos da própria região, em pratos inovadores: “Cada curso que está tendo tem uma novidade. O tucupi, por exemplo, eu pensava que era só pro tacacá. Mas não, pode usar no vinagrete também” – disse.
A gastronomia vegetariana e vegana busca possibilitar uma gastronomia curativa e saudável e a partir de saberes regionais. Na formação, os participantes aprenderam técnicas para cortes básicos e molhos especiais que enriquecem saladas e agregam valor nutricional aos legumes crus. “O curso está sendo muito importante pra mim. Na minha comunidade está sendo construído um refeitório. Está sendo bem legal, a gente está aprendendo muitas coisas. Vai muitos turistas para nossa comunidade e muitos pedem comida vegana. A gente aprendendo isso, a gente vai poder oferecer uma comida bem saudável para os nossos clientes. Hoje a gente pode plantar banana, cará, mandioca no nosso quintal sem precisar desmatar e precisar estar comprando” – contou Rainiele de Urucureá.
Durante a capacitação, as moradoras aprenderam técnicas para preparo de pães, saladas e molhos, fortalecendo a união das comunidades, e incentivando a troca de conhecimentos tradicionais com a chefe de cozinha especializada em gastronomia vegetariana e vegana saudável, com experiência em gestão hoteleira de pequenos e grandes negócios, Betania Barbosa. “A educação para alimentação para receptivos turísticos é muito importante nesse momento em que as comunidades começam a ter autonomia sobre seus receptivos turísticos de base comunitária. A ideia é de um turismo sustentável, consciente e de um turismo de mãos dadas com a autonomia da comunidade e preservação do bioma. Para tanto é importante que elas entendam como aplicar os protocolos da saúde alimentar, de manipulação de alimentos, ser criativo, trazer os elementos da Amazônia para os pratos” – relata.
Outras edições do curso serão realizadas com novos públicos.