Construção de espaço inicia na próxima semana na comunidade. Unidade de beneficiamento de derivados da mandioca é implementada pela Ampravat com apoio do Saúde e Alegria e financiamento do Fundo L’Oréal para mulheres;
Conhecido como shoyu da Amazônia, o Tucupi Preto é uma das apostas da Associação de Moradores Agroextrativistas e Indígenas do Tapajós (AMPRAVAT). O líquido, resultante da redução do tucupi amarelo, tem grande valor comercial e pode ser consumido em saladas, peixes e frangos, com um sabor característico amazônico. Para produção de um litro de tucupi preto, são necessários quarenta do amarelo. O item está entre os produzidos pela associação que está recebendo infraestruturas apoiadas pelo PSA e L’Oréal visando a legalização através do selo Artesanal da ADEPARÁ.
Para conquistar o reconhecimento, a Ampravat inicia na próxima semana a construção de um espaço na comunidade de São Pedro, próximo à Surucuá. Os materiais para a obra serão levados na próxima terça-feira (15/02), quando começam os serviços. O objetivo é possibilitar novos mercados, por meio da regularização, explica a presidente da Ampravat, Mariane Chaves: “adequar os nossos produtos para que eles cheguem com qualidade ao consumidor e gerem renda e empoderamento para as famílias extrativistas e indígenas”.
A Ampravat se prepara para lançar um livro que reúne informações sobre os produtos produzidos a partir da mandioca. A obra produzida pelos próprios extrativistas, será lançada no dia 26 deste mês e destaca a casa de beneficiamento, dia a dia da produção de geleias, molhos e aspectos históricos da mandioca. A Ampravat, uma associação intercomunitária foi fundada em 1994 e há 28 anos representa os extrativistas e indígenas do Tapajós.
Com o selo, produtos já produzidos pela associação, como farinha, beiju, tarubá, carimã, geleias terão acesso a outros espaços, como supermercados e shoppings. A expectativa é que a unidade fique pronta em junho deste ano. “A gente precisa se adequar ao mercado e a unidade vem com essa perspectiva. Estamos na fase de construção da casa de beneficiamento e a gente espera que a partir de julho esteja funcionando”.
O extensionista rural do PSA, Márcio Roberto, coordenador do projeto, explica que a geração de renda para essas populações é a maior preocupação do Programa Floresta Ativa. Com a estruturação, será possível ampliar a comercialização e aumentar o recurso para as comunidades: “Estamos iniciando a obra dessa unidade de beneficiamento. Além de fortalecer o beneficiamento, a gente também vai buscar a legalidade desses produtos através da legalização do selo de inspeção artesanal da Adepará”.