Formação realizada no período de 22 a 29 de outubro pretende contribuir para mapeamento de atividades realizadas nas comunidades atendidas pela instituição;
Com objetivo de entender as técnicas do diagnóstico rural participativo, colaboradores do Projeto Saúde e Alegria participaram durante sete dias de imersão com conteúdos teóricos e práticos no Centro Experimental Floresta Ativa.
Na formação foram construídas ferramentas participativas, com levantamento de informações junto às comunidades sobre questões comunitárias, características das propriedades e modos de produção. A oficina integrante do Projeto Floresta Ativa, reuniu além da equipe técnica do CEAPS, moradores do entorno do Cefa que puderam compreender as etapas para construção do DRP.
Segundo o ministrante da formação, engenheiro agrônomo Marcelo Alves, a partir da curso de 56 horas, os participantes poderão implementar o DRP, utilizando modelos de formulários e planilhas específicas: “O curso busca dar empoderamento para as comunidades e dar subsídios para que os técnicos busquem a realidade dos agricultores, entender o funcionamento do lote e sistema produtivo. O DRP vai servir para as famílias para que se conheçam e compreendam como ocorrem os plantios e criações”.
Por meio da oficina, os técnicos que atuam em projetos de assistência técnica agroextrativista na região oeste do Pará estão habilitados para aplicação das técnicas. “Foi importante para o desenvolvimento das nossas atividades em campo. O DRP é uma ferramenta usada pra gente entender a área da produção. É legal porque a gente acaba entendendo as atividades da unidade produtiva e o trabalho na comunidade, aliando o trabalho individual com coletivo para um trabalho melhor” – contou o técnico do PSA, Alexandre Godinho.
O Floresta Ativa é uma plataforma de oportunidades socioeconômicas voltadas ao manejo sustentável da floresta, fortalecendo cadeias produtivas que aproveitem melhor os potenciais existentes na Amazônia para empreendimentos agroecológicos e florestais, bioeconomia e de serviços ambientais que contribuam para a redução do desmatamento e das emissões de CO2 e, ao mesmo tempo, promovam segurança alimentar, elevação da renda e inclusão social das comunidades envolvidas.
As bases históricas da economia das comunidades tradicionais amazônicas são a caça, a pesca, o extrativismo e a agricultura de subsistência, geralmente com pouca circulação de dinheiro. Esse modelo vem sendo pressionado por novos ciclos econômicos (baseados na monocultura e na exploração minerária e madeireira), que, na forma como são implantados, têm aumentado os processos de ocupação predatória e o desmatamento ao invés de melhorar os índices de desenvolvimento socioeconômicos da região.
A Amazônia tem potencial para suprir o país com seus recursos naturais, mas são necessárias novas referências para uma economia que pense o futuro e que veja o meio ambiente como potencial e não como empecilho. Enfim, uma economia da floresta em pé. Nosso país é um dos maiores detentores de ativos naturais do planeta: 60% do bioma amazônico está no Brasil, com expressiva diversidade sociocultural e importância estratégica crescente em tempos de mudança climática, busca por economias de baixo carbono e acordos internacionais para a distribuição dos benefícios da biodiversidade e serviços ecossistêmicos.