Assembleia da Cooperativa Agroextrativista do Oeste do Pará (ACOSPER) foi realizada no último dia 13 de novembro em Nova Vista do Arapiuns;
Durante o encontro que representou o marco da revitalização do movimento da cooperativa, cento e dezessete (117) extrativistas se associaram à entidade. Os cooperados, diretoria e parceiros, falaram sobre a nova fase da Acosper que organiza para um novo desafio: o de implantação do Ecocentro que reunirá itens das cadeias produtivas da sociobiodiversidade da região do Baixo Amazonas tais como óleos vegetais, mel de abelha, artesanatos, frutas e sementes.
Na fase de reestruturação, a Acosper que pretende se tornar referência de bioeconomia de base comunitária e geração de renda com a floresta em pé, estabeleceu polos em quatro regiões: Arapiuns, Tapajós, Arapixuna e Várzea (Pixuna, Santa Maria e Tapará Miri). Cooperados de comunidades que representam essas regiões integrarão a incubadora de experiências – possibilitando uma espécie de projeto piloto para extrativistas de outras comunidades que poderão se unir à associação.
“O objetivo da assembleia foi consolidar para que esses novos cooperados e cooperadas já constem na ata que vai ser registrada junto à Jucepa para que no próximo edital para compra de produtos da agricultura familiar para alimentação escolar, a gente esteja preparado para concorrer para fornecer alimentos para as comunidades da zona rural” – explicou o presidente da Acosper, Manoel Edvaldo.
A produção dos associados está baseada em diferentes cadeias produtivas, como o mel de abelha sem ferrão e a farinha de mandioca. Além da expectativa de fornecimento para a merenda escolar, os extrativistas vão abastecer o Ecocentro que será instalado nas dependências da ACOSPER e deve começar a operar a partir do primeiro semestre de 2022.
O espaço será construído em Santarém a partir da parceria entre a Acosper, STTR, Projeto Saúde e Alegria e outras cooperações, com objetivo de fortalecer as cadeias produtivas que estão sendo apoiadas nas comunidades dos municípios de Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos, funcionando como um pólo de referência para o armazenamento, beneficiamento e escoamento da produção de produtos da chamada sociobiodiversidade: relação entre a diversidade biológica, os sistemas agrícolas tradicionais (agrobiodiversidade) e o bom manejo destes recursos junto com o conhecimento e cultura das populações tradicionais e agricultores familiares.
No próximo dia 30/11 será feito o planejamento interinstitucional entre a Acosper e o Projeto Saúde e Alegria onde serão planejadas as próximas ações para o espaço.
“Transformando o galpão que estava abandonado em um Ecocentro de Bioeconomia de base comunitária para processar e agregar valor aos produtos da sociobiodiversidade, com usina extratora de óleos, destiladora de copaíba, casa do mel, etc. São tecnologias de ponta a ponta para gerar renda a partir das vocações e culturas locais, e com a floresta em pé” – contou o coordenador do PSA, Caetano Scannavino.
Enquanto as obras iniciam no local, parceiros da iniciativa planejam as atividades para que os extrativistas fortaleçam suas produções a partir de diferentes perspectivas em suas comunidades de origem, como assistência técnica em sistemas alimentares sustentáveis, plantios sistemas agroflorestais, pequenas agroindústrias, manejo florestal para extração de produtos não madeireiros.
“Somando esforços para estar potencializando esse movimento junto às atividades que já vinham sendo empreendidas no Programa Floresta Ativa. Somando as cadeias produtivas do mel, da pimenta, dos sistemas agroflorestais, dos produtos da agricultura familiar, da sociobiodiversidade, dos produtos da floresta. E com uma visão de agregar valor a esses produtos. Ao invés de vender o produto, a semente diretamente, você pode fazer muito mais renda vendendo produto beneficiado na forma de óleos vegetais, essenciais, polpas, manteigas. Isso tudo foi conversado na assembleia” – acrescenta Scannavino.