Atriz, diretora e ativista socioambiental esteve no Centro Experimental Floresta Ativa e visitou diferentes territórios, onde também, curtiu banho no rio Tapajós;
Em Santarém para participar do festival de cinema de Alter do Chão, Lucélia Santos, 64, renomada atriz brasileira, que há mais de três décadas se dedica à defesa da Amazônia, fez um passeio acompanhada da equipe do Projeto Saúde e Alegria. Em Belterra, a caminho da Floresta Nacional do Tapajós, ficou impressionada com a devastação da floresta no entorno para plantação de soja. Ainda em Belterra tomou café no mirante da Vila Americana, na casa histórica construída para receber Getúlio Vargas. No Jamaraquá almoçou no restaurante da pousada de turismo comunitário Nirvana do Tapajós e realizou o primeiro mergulho no Rio Tapajós.
A bordo do BM Saúde e Alegria, atravessou o rio, para dormir na ponta do Capixauã, até chegar ao Centro Experimental Floresta Ativa (Cefa) na comunidade Carão, criado pelo Projeto Saúde e Alegria como centro de formação para uma economia da floresta em pé. Por lá os moradores da Resex Tapajós Arapiuns produziam mudas de espécies frutíferas e florestais que usam para replantar áreas degradadas e melhorar a segurança alimentar.
A atriz também se encontrou com a ex-reitora da Ufopa, conselheira e idealizadora do Cine alter Raimundo Monteiro, Fabio Pena e Caetano Scannavino da coordenação do PSA e membros do conselho do cine Alter.
“Foi muito legal a roda de conversa das lideranças do mutirão de reflorestamento com a também ativista e colega de batalha pela Amazônia, Lucélia Santos. Depois de muita história e viagens pelo Acre desde Chico Mendes, agora o Tapajós entra de vez também na sua agenda” – deu as boas vindas, o coordenador do PSA, Caetano Scannavino.
Durante conversa com os moradores da comunidade Carão no Cefa, a atriz destacou sua trajetória de luta e defesa da floresta e a importância da preservação da Amazônia. Lucelia relembrou sua luta desde a época de Chico Mendes até seu permanente engajamento pelas causas socioambientais: “Eu sempre digo pro pessoal, no Brasil tem muita coisa errada que precisa ser consertada e a coisa mais importante é o olhar sobre a Amazônia. A Amazônia como ela é tratada pelos governos do Brasil. A Amazônia não é um personagem secundário. Eu falo isso, a minha profissão é personagem. O protagonista, o que é pequenininho e faz escada pro protagonista brilhar, os protagonistas são vocês. No dia que os governantes entenderem que a luz do Brasil e a riqueza do Brasil não é São Paulo, Brasília, Minas Gerais, Rio de Janeiro… o Brasil começa aqui. Essa floresta tem uma riqueza imensurável. Tudo que nós precisamos para encontrar equilíbrio está aqui” – contou.
Para quem se dedica a conservação da floresta, extraindo dela sua subsistência de forma responsável e respeitosa, ouvir de perto a mesma preocupação, fez ecoar a necessidade de mais conscientização: “A gente tem várias maneiras de morar na floresta, manter a floresta em pé, e plantar pra tirar a sobrevivência nossa. Essa parceria que nós temos do Saúde e Alegria é muito importante. A gente está produzindo as mudas, vamos levar para nossas áreas e cuidar com o acompanhamento técnico, a gente tem uma esperança enorme de manter como é. Para nós é uma alegria muito grande ouvir essas palavras e mais um incentivo de ver quem está lá fora e que se preocupa com a floresta” – disse a extrativista e liderança comunitária, Joelma Lopes.