Projeto Ararinha (Acre) selecionado pelo Amazônia Up em 2018 está compartilhando técnicas de fabricação de calçados a partir do uso de látex em comunidades do Pará;
Durante 25 dias, moradores da comunidade Jamaraquá, na Floresta Nacional do Tapajós participaram de oficinas com os vencedores do Programa de empreendedorismo Sustentável Amazônia Up, o casal Daosha Pássaro Alegre e Txāda Shawã da etnia Shãwādawa. O intercambio foi realizado no período de 29 de março a 26 de abril na aldeia, quando na prática, os participantes aprenderam técnicas desde a produção, uso de moldes e coloração das sandálias.
“Incrível. Uma troca muito linda, um sucesso porque dessa oficina saíram sandálias lindíssimas. Nós ensinamos a colorir com terra, com buriti, urucu, jenipapo, açafrão, pó de serra, cores de terra, terra vulcânica e desenvolvemos muitos designers” – contou Daosha.
Sandálias 100% naturais foram produzidas na aldeia atendendo a proposta de inserção de práticas sustentáveis na floresta, com fortalecimento da inclusão social e valorização do trabalho da mulher indígena e ribeirinha. A intenção é que a partir do uso consciente dos recursos naturais as famílias sejam estimuladas a manter a floresta em pé, alcançando a rentabilidade necessária para a sobrevivência.
Ideia premiada
Dentre os treze finalistas no Amazônia Up em 2018, a Ararinha foi a selecionada com o projeto de produção de produtos sustentáveis baseados em bolsas e calçados feitos a partir do látex da Amazônia. Com o intercambio o projeto de valorização do trabalho da mulher indígena, ribeirinha e produtores agro-extrativistas das terras indígenas Arara, localizada no município de Porto Walter – Acre, está se estendendo a todos os indígenas e ribeirinhos que possuam látex na região da Amazônia.
A intenção é que as áreas de floresta se tornem autossustentáveis e rentáveis. “A missão da Ararinha é garantir o desenvolvimento econômico de forma sustentável com uso racional dos recursos naturais pelas comunidades e da sociobiodiversidade, garantindo a conversação e proteção da floresta” – ressaltou Daosha que anunciou a próxima etapa será na comunidade São Domingos.
O programa destaca iniciativas inovadoras com foco à floresta e biodiversidade, com ênfase às cadeias produtivas de: Açaí, Cacau, Turismo, Gastronomia, Biotecnologia, Pesca, Sistemas Agroflorestais, Produtos florestais não-madeireiros, Sóciobiodiversidade, Pecuária Verde, Agricultura Sustentável e Economia Criativa.
A proposta é atingir estudantes e concluintes de escola técnica/ensino médio, universitários, graduados e integrantes das comunidades abrangidas pela atuação da Rede Jirau de Agroecologia.Durante o Demo Day (Dia de Apresentações) os modelos de negócio e seus protótipos são apresentados para um público representativo do ecossistema de negócios sustentáveis da Amazônia. Em 2018, foram premiadas quatro ideias/negócios com mentorias e recursos para desenvolver ideias.
Para 2019 o programa possibilitará novas experiências, e dessa vez poderá ser realizado em Santarém, destacou o coordenador do programa de empreendedorismo do PSA, Paulo Lima: “estamos trabalhando para organizar o Tapajós Up no Centro Experimental Floresta Ativa – CEFA, este ano” – ressalta.