ECONOMIA DA FLORESTA
Cadeias da Sociobiodiversidade
As ações do Projeto Saúde e Alegria (PSA) abrangem de ponta a ponta da cadeia produtiva, de forma a contribuir para a inclusão das comunidades no mercado de produtos da sociobiodiversidade, com a adequada repartição de benefícios e a preservação da floresta.
Com base em estudos e levantamentos técnicos, o PSA identifica e mensura o potencial produtivo das comunidades, relacionando-o com as reais demandas do mercado. As cadeias produtivas da sociobiodiversidade que ganham destaque, por terem maior potencial na região oeste do Pará, são a meliponicultura, a produção de óleos e essências e a agricultura orgânica.
O PSA consolida práticas inovadoras e sustentáveis de produção de matéria-prima e beneficiamento que, unidas aos saberes tradicionais, agregam valor aos produtos da atividade extrativista e agrícola das famílias, atendendo mais adequadamente a empresas com o potencial de comprá-los. Amparadas pela estrutura do Centro Experimental Floresta Ativa (CEFA), as ações incluem capacitação e desenvolvimento de soluções inovadoras, apoio à comercialização, assessoria administrativa e financeira, estruturação de planos de negócios e orientações sobre associativismo, entre outras.
Com foco no Plano Nacional de Fortalecimento das Comunidades Extrativistas e Ribeirinhas (Planafe), o PSA e seus parceiros também buscam articular a ampliação da lista de produtos da biodiversidade contemplados pela Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio) – regulação do Governo Federal que atualmente garante um preço mínimo para 17 produtos extrativistas que ajudam na conservação dos biomas brasileiros.
Meliponicultura
Proteger a diversidade de espécies de abelhas sem ferrão ( ameaçadas pelo desmatamento, pelas queimadas e pelo uso intensivo de defensivos agrícolas) é imperativo para a manutenção da floresta, uma vez que essas abelhas são as grandes responsáveis pela polinização de árvores nativas. Assim, a criação racional de abelhas sem ferrão para produção de mel e derivados (como geleia real, própolis e cera) tem um impacto positivo tanto no meio ambiente quanto na renda das comunidades ribeirinhas.
O projeto de meliponicultura do PSA inclui capacitação dos produtores, entrega de kits manejadores, apoio para a certificação dos produtos e desenvolvimento de soluções logísticas para o escoamento adequado da produção. E a comercialização dos produtos de meliponicultura receberão um novo impulso com a criação da Casa do Mel, no EcoCentro de Economia da Floresta, que está sendo instalado na cidade de Santarém.
Óleos e Essências
A extração de óleos vegetais e essenciais é uma atividade tradicional das comunidades da floresta, mas requer insumos, ferramentas e tecnologia para que seja social e ambientalmente sustentável. O PSA auxilia as comunidades extrativistas a identificar em quais espécies botânicas investir, provê mudas e sementes (dessa forma, também contribuindo para a reposição de floresta nativa), e difunde descobertas científicas para que tenham melhor aproveitamento econômico e menor impacto ambiental. As capacitações incluem cursos e oficinas regulares, além de um seminário realizado anualmente no CEFA.
O projeto também estabelece parceria com empresas, fazendo a ponte entre os produtores locais e indústrias de cosméticos, de alimentos e farmacêuticas.
Agricultura Orgânica
O escoamento e a comercialização dos produtos também são apoiados por meio de assessoria técnica – e terão uma boa alavancagem com a feira regular de orgânicos a ser implantada no EcoCentro em Santarém.