Modelo de saúde pública, Abaré deve ofertar novos atendimentos através de parcerias

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Barco Hospital precisa de união de esforços para continuar realizando serviço de atendimento básico de saúde nas regiões ribeirinhas dos municípios de Santarém e Belterra. Com uma grande rede de voluntários e parceiros será possível levar outros serviços

Fortalecer o trabalho de saúde junto às comunidades ribeirinhas e ampliar os atendimentos a outras áreas é um desafio discutido nos dias 11 e 12 de junho na Universidade Federal do Oeste do Pará em Santarém. O encontro “Viver Abaré: todos por uma ideia” é promovido pela Ufopa, prefeituras de Santarém e Belterra e Projeto Saúde e Alegria.

Na abertura do evento o tema “A importância do Abaré para a região do Baixo Tapajós, todos por uma ideia” refletiu sobre o trabalho da unidade e os reflexos para as comunidades atendidas pelo barco hospital. O fundador do Projeto Saúde e Alegria (PSA) e também idealizador do projeto Abaré, o médico Eugênio Scannavino relembrou o ano de 2006, quando a embarcação iniciou suas atividades, por meio de parceria com uma ONG holandesa, e também a importância do barco como “tecnologia social de baixo custo e alto impacto”. E para falar da importância da oficina, explicou a origem do nome do barco: “Abaré significa “o amigo que cuida”, portanto hoje todos nós aqui, estamos sendo Abaré do Abaré”.

Hoje o desafio é manter as atividades, e incorporar novos serviços durante as rodadas de atendimentos, contou Scannavino: “Por enquanto estamos avaliando as possibilidades, os interesses, as dificuldades e oportunidades. Vão ser implementados novos serviços… Ele já é um modelo. O primeiro barco hospital que gerou um programa público de governo e hoje são mais de 80 barcos. E com isso Santarém será mais uma vez modelo”.

Durante a programação da oficina houve participações de representantes da Ufopa, secretarias municipais de saúde (Santarém e Belterra), conselhos municipais de saúde, Marinha do Brasil e Projeto Saúde e Alegria. Para o médico Fábio Tozi o alinhamento de todas as instituições participantes e principais atores na história do Abaré é fundamenta: “Esse alinhamento dentro de eixos principais que envolvem a assistência a pesquisa, a extensão e as ações complementares estão sendo amplamente discutidas com o grupo todo. Hoje o Abaré trabalha na saúde junto das secretarias municipais, com a Ufopa e com as comunidades nessas ações complementares. Dentro dessa discussão a gente vai estar discutindo como reforçar cada um desses eixos. A nossa esperança é que possa melhorar tudo”.

O pró-reitor da Cultura, Comunidade e Extensão (Procce), Marcos Prado, reforçou o objetivo da oficina: “O objetivo é congregar diversas entidades do primeiro, segundo e terceiro setor para que nós possamos juntos pensar qual o melhor caminho para o Abaré, qual o objetivo da embarcação no Oeste do Pará, como ele pode atender mais e melhor as populações ribeirinhas, indígenas e quilombolas, e assim a gente poder possibilitar tanto ações de saúde a essas populações, quanto também uma melhor formação acadêmica para nossos alunos, já que o nosso objetivo também é congregar ações de ensino pesquisa e extensão”.

Ascom PSA com informações da Ufopa.

Barco Hospital Abaré

O modelo de saúde básica itinerante virou política pública na Amazônia e no Pantanal em 2010, quando o governo federal lançou a estratégia de Saúde da Família Fluvial, e tornou o modelo navio-hospital uma política com abrangência para as duas regiões

Com estrutura adaptada a realidade amazônica, o navio-hospital Abaré começou a navegar nas águas do Rio Tapajós em 2006 através do Projeto Saúde e Alegria (PSA), em parceria com as prefeituras locais e com apoio da ONG holandesa Terre Dês Hommes (TDH), então sua proprietária. Nesse primeiro contato, foram aproximadamente 15 mil ribeirinhos de 72 comunidades das áreas rurais dos municípios de Santarém, Belterra e Aveiro que passaram a ter acesso regular aos serviços básicos de saúde, com visitas a cada 40 dias, percorrendo longas distâncias e chegando em locais praticamente excluídos da rede pública.

Com 93% de resolutividade – apenas 7 a cada 100 pacientes sendo encaminhados para os centros urbanos- a exitosa experiência tornou-se objeto de estudo do Ministério da Saúde, para então lançar em 2010 a política de Saúde da Família Fluvial para levar, através de barcos de atendimento, serviços regulares de saúde e prevenção para brasileiros que vivem em locais isolados.

A partir dela, o ministério faz repasses federais diretos aos municípios da área de abrangência, que giram em torno de um milhão e cem mil reais anuais por embarcação. São destinados para uso exclusivo das unidades de atendimento no apoio às despesas com combustíveis, medicamentos, tripulação, equipe médica, entre outras necessidades.

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