Com ênfase no fortalecimento de cadeias produtivas da sociobiodiversidade, Escola da Floresta Ativa, beneficiará diretamente na primeira fase quase quinhentas pessoas da Resex Tapajós-Arapiuns, Flona Tapajós e PAE Lago Grande
No meio da floresta, uma Escola adaptada às realidades das comunidades e aldeias, capacita para fortalecer as demandas locais. Mulheres, homens e jovens são formados em projetos de ecoturismo de base comunitária, em sistemas socioprodutivos, projetos de inclusão digital e energias renováveis, artesanato e empreendedorismo.
A iniciativa do Projeto Saúde e Alegria, que conta com o apoio da Fundação Toyota do Brasil, foi lançada nesta quinta-feira (25/04) em Santarém com a presença de representantes do PSA, Fundação Toyota do Brasil, parceiros das comunidades e poder público.
A Escola Floresta Ativa é uma plataforma para a formação das comunidades da Amazônia visando fortalecer a economia da floresta em pé. A experiência busca ajudar a responder ao desafio da geração de renda nas comunidades associado às demandas existentes por serviços locais em cadeias produtivas da sociobioeconomia em evolução na região. O projeto pretende ser o braço de formação dos atores locais de iniciativas que já vêm sendo implementadas pelo Saúde e Alegria e demais parceiros, como o ECOCENTRO da Sociobioeconomia, que será inaugurado ainda este ano em Santarém, em parceria com a ACOSPER e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, para canalizar a produção da região visando alcançar novos mercados.
“A gente está muito feliz com essa parceria porque é um projeto voltado para capacitação e educação, voltado para o treinamento de pessoas da própria comunidade, como agentes multiplicadores para manutenção e reparos de sistemas de energia renovável, turismo de base comunitária, mulheres artesãs, saúde, agrofloresta. É um projeto de formação para gerar autonomia e emancipação comunitária”, disse Caetano Scannavino, coordenador do PSA.
O projeto chega no momento em que o Estado do Pará se prepara para receber o maior evento sobre meio ambiente e mudanças climáticas do mundo, a COP 30, o que demanda também preparação da região para melhor aproveitar esta oportunidade, ressaltou o presidente da Fundação Toyota do Brasil, Roberto Braun: “Foca em desenvolvimento das pessoas em inclusão digital, empreendedorismo, turismo, artesanato. Tudo aquilo que as pessoas precisam para o desenvolvimento do país. Especialmente às vésperas da COP 30 no Brasil, isso é muito importante para preparar o país ”.
A coordenadora do Território Kumaruara, representante de oito aldeias do baixo Tapajós, Zenilda Bentes Kumaruara, participou da cerimônia de lançamento das atividades e ressaltou as necessidades das comunidades amazônicas. “Hoje a gente vê o fruto que está sendo colhido. A gente ainda tem muita carência de políticas públicas e o Saúde e Alegria faz um trabalho paralelo de assistência na nossa região que precisa muito porque tem muitas populações e todos nós precisamos dessa assistência”.
Com a participação do governo municipal, o projeto realiza parcerias para ampliar a abrangência e inspirar modelos a serem replicados pelo poder público. O prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, reforçou durante o encontro, a importância das parcerias com o terceiro setor. “É muito importante que a nossa população tenha a capacitação e treinamento de forma sustentável, preservando a nossa floresta, protegendo o nosso rio. Nossa população ribeirinha e indígena são verdadeiros guardiões da floresta e a gente precisa muito manter a nossa floresta em pé, viva e cuidando das pessoas que moram e precisam desse apoio. Esse apoio não governamental vem somar aos desafios que existem na prefeitura, governo do estado e federal. Fazendo parcerias a gente consegue fazer muito mais”.
Boa parte das formações deve acontecer no Centro Experimental Floresta Ativa – CEFA, espaço preparado para receber os alunos na Resex Tapajós-Arapiuns. O projeto deve atender, ainda, públicos de outros territórios, como a Flona Tapajós, Lago Grande. Dentre os cursos a serem ofertados estão: turismo de base comunitária e seus serviços (gestão de empreendimentos coletivos, boas práticas de manipulação de alimentos, gastronomia, condutores de trilhas na natureza, boas práticas de receptivo), inclusão digital, manejo de óleos e sementes da floresta, manejo de abelhas e produção de mel, energias renováveis (formação de eletricistas do sol), artesanato da floresta, gestão e proteção territorial, entre outros.
Nesta sexta-feira (26), a comitiva formada pela presidência da Toyota, equipe do PSA e parceiros chegou ao CEFA para acompanhar a formatura da primeira turma da Oficina de Mediadores de Inclusão Digital.