Índice de Progresso Social do Tapajós será lançado pelo Projeto Saúde e Alegria e Cebrap 

Compartilhe essa notícia com seus amigos!

Resultado do estudo realizado em cinco municípios do Pará na região do Tapajós, será apresentado no próximo dia 22/09 em Santarém. Dados apontam situação social de comunidades ribeirinhas da Amazônia paraense

Populações tradicionais que vivem em áreas entre os rios e a floresta enfrentam muitos desafios para ter seus direitos fundamentais assegurados, entre outras coisas porque muitas vezes são invisibilizadas pelas pesquisas tradicionais que não chegam ou não possuem metodologias adequadas para seu contexto socioambiental. Como alternativa surge o Índice de Progresso Social (IPS), que traz resultados sobre a qualidade de vida da população da região do Tapajós analisando três grandes dimensões: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-Estar e Oportunidades, construídas a partir da coleta de informações de outras doze subdimensões.

O IPS é um índice de prestígio internacional criado em 2013 para analisar as condições sociais e ambientais dos países, estados e municípios. Concebido a partir do entendimento de que os índices de desenvolvimento baseados apenas em indicadores econômicos são insuficientes, o IPS analisa exclusivamente variáveis socioambientais para gerar uma nota de 0 a 100, do pior para o melhor.

Na região do Tapajós, os resultados são fruto de pesquisa amostral domiciliar, realizada a partir da aplicação presencial de questionários, com mais de 420 famílias da região, por jovens das próprias comunidades investigadas. A amostra contempla cinco municípios: Santarém, Belterra, Mojuí dos Campos, Óbidos e Oriximiná, envolvendo áreas urbanas, rurais e ribeirinhas da região.

O trabalho é fruto de uma parceria entre o Projeto Saúde e Alegria – PSA e o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – CEBRAP com apoio da Natura. Os resultados que serão apresentados na sede do PSA, na próxima quinta-feira (22/09). com a presença da pesquisadora responsável, Graziela Castello,  O relatório completo, será disponibilizado aos interessados.

O estudo elenca diferentes fatores sobre as necessidades básicas da população, condicionantes para o bem-estar e acesso a diferentes elementos que propiciam oportunidades para o desenvolvimento”, explica Castello. A pesquisadora antecipa que em todo território, a falta de acesso ao ensino superior aparece como o problema mais latente e que atinge as diferentes áreas analisadas. Entre a população das áreas urbanas, questões associadas à falta de informação e cuidado com a floresta, bem como qualidade de atendimento médico e baixo consumo de proteínas (problemas de nutrição) apareceram como fatores de maior atenção. Nas áreas rurais/ ribeirinhas a inclusão digital, pela indisponibilidade de conexão nos territórios e falta de conhecimento sobre o uso das tecnologias, bem como ausência de serviço de coleta de lixo se revelaram bastante preocupantes.

A iniciativa ocorre no âmbito do Programa Floresta Ativa, com apoio do Centro de Informação e Pesquisa (CIP) do Projeto Saúde e Alegria, que vem se estruturando para investir em pesquisas, diagnósticos e monitoramentos da realidade onde a organização atua.

A falta de dados públicos, indicadores sobre a realidade das comunidades é uma barreira para o bom planejamento de ações socioambientais nesta região. “Os investimentos sociais realizados nesses territórios demandam metodologias diferenciadas de acompanhamento para medir o impacto na mudança dos padrões de vida dos beneficiados. Esta pesquisa nos dá uma linha de base para que após alguns anos possamos reaplicar a pesquisa e comparar, medir as mudanças na melhoria da qualidade de vida da população”, diz Fabio Pena coordenador do CIP/PSA.

Nove jovens de Santarém foram treinados e aplicaram as entrevistas via tablet, garantindo mais agilidade e segurança das informações levantadas. Pesquisadores foram remunerados. Fotos: Graziela Castello.

“Os indicadores que serão apresentados neste primeiro relatório da pesquisa estão inicialmente ligadas às regiões onde o PSA e parceiros como a Natura, estão investindo em iniciativas de economia da floresta, organização de cadeias produtivas da sociobiodiversidade para a geração de renda, preservação da floresta e melhoria das condições de vida”, explicou David Pompermaier, coordenador do Programa Floresta Ativa do PSA

Serviço 

O quê? Lançamento Índice de Progresso Social Tapajós

Quando? 22/09/2022, 9h às 12h

Onde? Sede do PSA, av. Mendonça Furtado, ao lado do MPPA

Quem? Cebrap, PSA

Compartilhe essa notícia com seus amigos!

Deixe um comentário

Rolar para cima