Mulheres e jovens concluíram formação em cooperativismo e foram certificados para Agricultura Familiar Agroextrativista no sétimo e último módulo do curso do Programa de Educação do Cooperativismo e Associativismo da Agricultura Familiar Agroextrativista (PECAAFA), implementado pelo Projeto Mulheres Empreendedoras da Floresta, coordenado pelo Projeto Saúde e Alegria e STTR-STM com apoio da União Europeia
Com a presença de representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), 73 mulheres e jovens foram certificados no Programa de Educação do Cooperativismo e Associativismo da Agricultura Familiar Agroextrativista (PECAAFA). Após sete encontros ao longo de um ano e meio, o encerramento com duração de quatro dias, marcou o ciclo de capacitações, que incluiu organização de produção, gestão, sustentabilidade, aspectos de governança, inclusão e empoderamento de jovens e mulheres. “Em 2024 consideramos que é fundamental fazer uma memorização e chamar órgãos governamentais que trabalham com esses aspectos para apoiar as organizações no que nós trabalhamos”, afirmou o assessor institucional da UNICAFES, Alcidir Zanco.
Olivia Beatriz, coordenadora de monitoramento do Projeto Mulheres Empreendedoras da Floresta, destacou a importância da presença dos órgãos governamentais no encontro, como um elo de fortalecimento entre a política pública e a consolidação dos negócios comunitários: “A proposta de trazer esses dois ministérios, foi de dar oportunidade para que os nossos educandos e educandas possam saber quais são as políticas e programas construídos nos ministérios e levar para os ministérios quais as demandas das pessoas que moram na floresta”, concluiu.
Paulino Tavares, da divisão de Cooperativismo da secretaria de abastecimento e segurança familiar do MDA, falou sobre a necessidade de multiplicar boas práticas para fortalecer a cadeia de desenvolvimento e que ficou impressionado com a união das cooperativas e organizações da região. “Esses aqui são exemplos de boas práticas que precisam ser multiplicadas para fortalecer essa cadeia de desenvolvimento, eu não acredito que a agricultura familiar vai evoluindo sem esses espaços, ambientes e redes. Precisa dessas redes e a participação das mulheres é muito forte e precisa ser cada vez mais fortalecida”, disse.
Lila Lindoso, coordenadora de estímulo à bioeconomia do departamento de políticas de estímulo à bioeconomia da secretária nacional de bioeconomia do MMA, explicou que o Governo Federal está articulando o Plano Nacional da Sociobioeconomia. Em construção coletiva e compartilhada com outros ministérios, a intenção é que o instrumento possa unificar propostas e sugestões de atores sociais diretamente impactados por ele. “O plano vem propor uma série de soluções para aqueles gargalos identificados, visando melhorar a qualidade de vida de povos tradicionais, a conservação da biodiversidade, a restauração produtiva das nossas florestas, o desenvolvimento tecnológico de novos produtos”, explicou.
O Curso de Gestão e Governança de Cooperativas e Associações tem como proposta olhar para os principais desafios das organizações de base comunitária do oeste do Pará e trabalhá-los de forma conjunta. Um dos maiores gargalos para viabilizar e prosperar os negócios comunitários é a gestão, administração e governança das organizações, também é necessário compreender os fundamentos do cooperativismo. Ana Maria Guimarães, técnica em educação do projeto Mulheres Empreendedoras da Floresta, comentou a alegria em celebrar a entrega dos certificados: “Hoje é um momento onde nós vamos celebrar a finalização. Para essa certificação contamos com a participação de 73 pessoas que serão beneficiadas com esse certificado”, disse.
O último encontro da jornada foi também de partilha de experiências e expectativas. Marilene Rocha, vice-coordenadora da AMTR, expressou sua satisfação com o curso, descrevendo-o como uma honra.
Nira Arapiun, presidente da Associação de Mulheres Indígenas da aldeia Esperança, no rio Arapiuns, acredita que o curso será fundamental para a gestão e governança de sua associação, além de empoderar as mulheres de sua comunidade. Ela ressaltou que os produtos que produzem fazem parte de sua história e de seu território.
Maria Selma, da Turiarte, destacou a importância de buscar conhecimento em associativismo e cooperativismo para aplicá-lo em seu trabalho nas cooperativas e associações. Para ela, o certificado representa todo o conhecimento adquirido durante o curso.
Darlon Neres, da comunidade Cabeceira do Marques, vê a certificação como um ato simbólico, pois o verdadeiro valor está no conhecimento adquirido, que será multiplicado e aplicado em suas comunidades: “A juventude é o presente conquistando esses espaços e reanimando aqueles e aquelas que ainda não conseguem estar nesse espaço”.
Sandra Maria dos Santos, de São Miguel – ASCOVISME, está ansiosa para levar o que aprendeu para sua comunidade. Ela acredita que o curso a deixou mais experiente para iniciar um novo trabalho.