Trinta e três produtores rurais familiares das comunidades Anumã, Carão, Pedra Branca, Santi, Curipatá e aldeias Muruari e Solimões, receberam roçadeiras, calcário, adubo orgânico e recurso para apoiar na aplicação de técnicas, melhorando a produtividade das áreas;
O Centro Experimental Floresta Ativa sediou a oficina de Sistemas Agroflorestais (SAFs), com participação de produtores rurais de trinta e três famílias durante dois dias (21 e 22 de janeiro). A capacitação abordou a finalidade dos SAF, metodologias de implantação, arranjo produtivo, explicação sobre o melhor sistema para cada área, técnicas de manejo, tratos culturais, demarcação de área, adubação de cova, plantio, como cuidar dos sistemas.
A atividade integra a estratégia do Programa Floresta Ativa do Projeto Saúde e Alegria, com apoio da Natura, BNDES/Fundo Amazônia, Fundação Good Energies e parceria da Acosper. No encontro, os produtores receberam roçadeiras, insumos e o pagamento da primeira parcela de apoio financeiro para suporte aos trabalhos: “os equipamentos são direcionados às atividades que serão desenvolvidas dentro dos roçados: roçadeira, calcário, adubo orgânico, para que a gente consiga implementar todas as técnicas e melhorar a produtividade dessas áreas. Todas as famílias estão recebendo milho para fomentar a produção de alimentos nesses lotes, para vender e consumo familiar” – ressaltou o coordenador da atividade, Márcio Roberto.
As comunidades desenvolvem o cultivo de espécies como cumarú e andiroba, cupuaçu, açaí, pupunha, graviola e ata. Com a assistência técnica e acompanhamento frequente nas comunidades, os produtores aprendem técnicas desde a produção de mudas, até a coleta e beneficiamento para a comercialização. “Hoje as famílias produzem desde a preparação, até o plantio. O acompanhamento todo. Pra nós esse foi um trabalho que está sendo muito gratificante porque a gente está aprendendo e valorizando, porque antes a gente não sabia como era o trabalho. A gente pegava as mudas prontas que eram distribuídas pras famílias que muitas vezes não cuidavam como deveria e a muda se estragava” – contou a produtora Joelma Lopes de Carão.
Na aldeia Solimões, uma das sete integrantes do projeto, a expectativa é aumentar as produções, ampliando o mercado e a renda local. “A gente já trabalhava com reflorestamento, plantações, mas muitas vezes a gente fazia de forma errada. Esse projeto veio avançar muito a nossa forma de plantar e colher. Estamos com mais vontade de trabalhar. Esse projeto está crescendo bastante e nós estamos muito animados” – disse Warley Cardoso.
As roçadeiras entregues vão auxiliar na etapa de preparo da terra, sem necessidade de usar fogo para o roçado, com maior agilidade e segurança, contaram animados os produtores:
“Vai servir para nos ajudar no roçado. Vai ser muito bom porque veio na hora certa porque muitos estavam precisando muito. As máquinas vão ajudar muito” – José Adailson, Solimões.
“A roçadeira vai ajudar na limpeza da área e o recurso que eu posso comprar alguma ferramenta que eu não tenho, ou pagar outra pessoa pra me ajudar. Esse projeto é muito importante pra mim” – Talia Lopes.
Atualmente o Cefa contabiliza 16 mil mudas para implementar nos trinta e três SAFs. Com a parceria da Acosper que busca fomentar o mercado, conectando os produtores com compradores, será possível fornecer alimentos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). A perspectiva é um dos objetivos dos produtores que sonham com a geração de renda sustentável. “Temos que reflorestar porque serve para nós, nossos filhos e os demais que virão. Daqui mais um tempo, estaremos abastecendo as nossas escolas da Resex. Pra nós dá uma emoção porque isso nunca aconteceu antes. É uma oportunidade muito boa, e eu abracei essa causa” – acrescenta Talia.
O Programa Floresta Ativa ajuda a consolidar práticas inovadoras e sustentáveis de produção e beneficiamento que, unidas aos saberes tradicionais, agregam valor aos produtos da atividade extrativista e agrícola das famílias, atendendo mais adequadamente o mercado. O trabalho de assistência técnica desenvolvido pela equipe do programa é focado na organização e no fortalecimento das cadeias de valor que ganham destaque, por terem maior potencial na região oeste do Pará.