Projeto Arandu Caratateua inicia atividades de artivismo da comunicação e conectividade comunitária no Pará

Compartilhe essa notícia com seus amigos!

Iniciativa apoiada pela Escola de Redes Comunitárias da Amazônia está na fase de implementação. Equipe visitou território para acompanhamento das ações na Ilha de Caratateua, região de Outeiro

Idealizado durante o processo de participação nas aulas da Escola de Redes Comunitárias da Amazônia, o Coletivo Arandu Caratateua é uma iniciativa dos alunos Luane Silva, Tamiris Gomes e  Raphael Oliveira em parceria com a Rede Águas do Cuidar e Casa Preta Amazônia. A proposta do projeto apoiado pela Escola de Redes é criar e ampliar espaços de educomunicação socioambiental e conectividade comunitária para quem reside na ilha de Caratateua, fortalecendo a circulação das informações de interesse popular, como eventos culturais, ações sociais e espaços de cultura, saúde e lazer na comunidade que estejam conectados com os eixos principais.

“As nossas oficinas são baseadas em trazer a juventude, a comunidade para que a gente consiga produzir conhecimento”, Tamiris Gomes.

No último sábado, quando foi realizada uma das ações do coletivo, a Escola desembarcou no território por meio da pesquisadora Samela Bonfim. A oficina ‘engajamento coletivo como tecnologia ancestral criando projetos de conectividade comunitária’ reuniu jovens da Ilha de Caratateua para discutir a temática.

“A Escola fica muito feliz em poder ver os frutos sendo multiplicados em diferentes territórios, a exemplo de Outeiro por meio do Coletivo Arandu Caratateua. Os jovens que têm participado das oficinas já falam em formar novas redes, motivados por essa semente. E essa sempre foi a intenção da Escola. Multiplicar redes comunitárias pela Amazônia”, destacou Samela Bonfim.

Na fase de implementação, o coletivo propõe além das capacitações, disponibilizar de forma permanente e constante, sinal de internet para a comunidade com alcance médio de 300m da sede onde será instalada a antena. O projeto busca gerar reflexões sobre o uso da internet de modo a fortalecer a consciência, autonomia e engajamento digital na Ilha, criar uma rede de multiplicadores da educomunicação e conectividade comunitária na Ilha de Caratateua e que entendam com clareza as possibilidade e importância, abranger assuntos socioambientais  que geram inquietações em torno da comunidade através da comunicação e conectividade, proporcionar espaços educativos e informativos na comunidades, promover a criação de conteúdos honestos e com responsabilidade social com e para a ilha, sobretudo da primeira edição da revista Arandu Caratateua e valorizar artistas, educomunicadores e criadores de conteúdos da ilha.

“A gente está podendo multiplicar nos nossos territórios. Está sendo esse processo de a gente se empoderar das nossas narrativas, fazer essa troca com a comunidade. A gente vê que estamos contribuindo para a comunidade”, ressaltou Lua Silva.

O público alvo da escola foi definido pelo grupo: moradores da ilha de Caratateua em condições de vulnerabilidade social e digital, com faixa etária entre 18 e 60 anos, pessoas majoritariamente negras, baixa renda, LGBTQIAP+, PCD’s.  Com a criação de um núcleo de comunicação e conectividade comunitária, se busca promover o combate às vulnerabilidades socioambientais e digitais, pontua  Thayná Silva: “Parte do Arandu é a criação de um espaço de comunicação que a gente chama do núcleo de comunicação que é esse espaço de compartilhamento e criação de dentro da Ilha, com pessoas da Ilha criando arte, saberes, com múltiplas linguagens. A partir da camisa, revista, copo, adesivo. Comunicar essa Ilha a partir de outro ponto de vista”. 

O projeto também é focado na democratização da conectividade, alinhados ao ativismo digital como ferramenta metodológica de toda a execução. Além da instalação de uma antena na sede do projeto, com sinal aberto e disponível para a comunidade acessar, de modo a estimular a autonomia de acesso e participação no projeto.

“Despertar a consciência e trazer esse entendimento é o que vai formar a nossa realidade. A gente precisa conectar a comunidade e se tornar cada vez mais parente, mais família mesmo. Se organizar, trazer mais formações, palestras e oficinas. A transformação vai vir a partir de nós”, Raphael Oliveira ‘Gsonis A’.

Escola de Redes Comunitárias da Amazônia

A escola é o pilar de formação e treinamento do projeto “Conectando os Desconectados”, uma iniciativa global, promovida pelas organizações APC e Rhizomatica e executada no Brasil pelo Projeto Saúde e Alegria.

A iniciativa é um legado de Paulo Lima (in memoriam), cuja atuação incansável buscou conectar comunidades desconectadas por meio do desenvolvimento de modelos, capacidades e formas de sustentabilidade para populações com foco em assistência técnica, capacitação, assessoria para advocacy e mobilização comunitária.

A primeira turma da escola contou com a participação de 21 alunos em três estados da Amazônia Legal (Acre, Amazonas e Pará). As comunidades que possuíam integrantes na formação foram: no Pará, os projetos Ciência Cidadã na Aldeia Solimões e Guardiöes do Bem Viver no PAE Lago Grande – ambos no município de Santarém – e a Rede Águas do Cuidar/ Casa Preta na Ilha de Caratateua, grande Belém. No estado do Amazonas, a Aldeia Marajaí, município de Alvarães – Médio Solimões; o Grupo Formigueiro de Vila de Lindóia em Itacoatiara; e a Rede Wayuri em São Gabriel da Cachoeira. No Acre, a Aldeia Puyanawa em Mâncio Lima.

Compartilhe essa notícia com seus amigos!

Deixe um comentário

Rolar para cima