Projeto de mitigação da COVID-19 na Amazônia inicia atividades nas bacias do Tapajós e do Xingu

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Dentre as ações do projeto, estão a estruturação e implementação de dez novos pólos de telemedicina, distribuição de EPIs, cursos em Educação em Saúde, campanhas educativas e ampliação do número de testes de PCR para COVID-19 no Oeste do Pará

A região Norte foi uma das mais castigadas pela COVID-19. Preocupados com o cenário de vulnerabilidade ao acesso à saúde na Amazônia, o Projeto Saúde e Alegria, em parceria com a SAMA Health In Harmony, deu início ao projeto “Ações Sinérgicas e Cooperativas de Mitigação do COVID-19 no Tapajós e Bacia do Xingu (Terra do Meio)”.

A iniciativa conta com apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Ampliando Parcerias em Saúde (NPI EXPAND) e SITAWI Finanças do Bem, em parceria da Associação dos Moradores da Reserva Extrativista do Iriri (AMORERI) e das secretarias municipais de saúde de Altamira, Aveiro, Belterra e Santarém, no Pará.

Dentre as ações do projeto, e está a ampliação do número de testes de PCR para COVID-19 no Oeste do Pará. Foto Isadora Brant.

O projeto atenderá 91 comunidades ribeirinhas e indígenas da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns e da Floresta Nacional do Tapajós, na bacia do Tapajós. Já na bacia do Rio Xingu, serão contempladas 50 comunidades das Reservas Extrativistas Iriri, Riozinho do Anfrísio e Xingu, que fazem parte da região conhecida como Terra do Meio.

Para contribuir na solução desses problemas, o projeto prevê a criação de dez pólos de telemedicina, aparelhamento de Unidades Básicas de Saúde nas comunidades beneficiadas, estruturação de dois centros de atendimento a pacientes com COVID-19, ampliação da testagem molecular (PCR) e doação de equipamentos de proteção individual (EPI).

O plano de ações será implementado ao longo de 2023 e conta ainda com a criação de uma campanha para divulgação de informação de qualidade e combate à desinformação e notícias falsas (fake news), oficinas de arte educação; curso de Educação em Saúde, e, a um encontro regional das comunidades atendidas para avaliação do enfrentamento da COVID-19.

Segundo o médico e coordenador do Programa de Saúde do PSA, Fábio Tozzi, o projeto busca promover maior resiliência das comunidades amazônicas através do amplo apoio à vacinação contra a COVID-19, campanhas de informação e combate à fake news e apoio aos sistemas locais de saúde para detectar, prevenir e controlar a transmissão do vírus, acompanhar casos agudos e ampliar o tratamento de sequelas de síndrome pós-COVID-19.

Equipamentos para equipar pontos de telemedicina começaram a ser entregues para prefeituras de Santarém, Belterra e Aveiro. Secretaria de Altamira será a próxima a receber. Fotos: Samela Bonfim/PSA.

“As ações contempladas pelo projeto irão estruturar eixos importantes para mitigar a pandemia e os efeitos dela nos territórios, notadamente naqueles espaços que o SUS não tem sido efetivo em suas ações, seja por falta de recursos ou por falta de estrutura mínima necessária. Ações de atenção à saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação devem, através das atividades propostas como telemedicina, expedições de saúde, apoio ao aumento da cobertura vacinal, além da melhoria de algumas unidades de saúde e criação de postos avançados para tratamento de COVID, resultar em respostas mais efetivas para os agravos da pandemia e suas consequências”, explica Fábio.

As organizações da sociedade civil desenvolveram um papel fundamental na Amazônia Legal desde o início da pandemia, seja isoladamente, ou em parceria com o poder público. Para a antropóloga e gestora de programas da SAMA Health In Harmony, Clarissa Martins, as metodologias desenvolvidas pelo Saúde & Alegria e SAMA para estas realidades, como escuta das comunidades e campanhas educacionais de saúde, buscam ter grande permeabilidade junto aos territórios beneficiados.

“Ao longo dos últimos anos, no enfrentamento a disseminação do COVID-19, desenvolvemos metodologias de intervenção no campo da saúde que tiveram êxito, pois compreendem a saúde como um desafio coletivo, de caráter participativo relacionado a todos os aspectos da vida comunitária, que se referem não apenas aos direitos, mas também às atitudes e co-responsabilidades de cada um, levando em conta o respeito aos seus modos de vida e suas culturas. Esta expertise guiou o desenvolvimento do projeto ‘Ações Sinérgicas e Cooperativas de Mitigação do COVID-19 no Tapajós e Bacia do Xingu (Terra do Meio)’ e acreditamos que será o diferencial para a execução das atividades em 2023 e a entrega de resultados bem-sucedidos”, ressalta Clarissa. E sucesso neste projeto é sinônimo de saúde!

SAID, NPI e SITAWI

No Brasil, a Usaid, a NPI EXPAND e a Sitawi se uniram para criar uma parceria para apoiar a Resposta à COVID-19 na Amazônia. Entre 2020 e 2021, a primeira fase do projeto do NPI EXPAND Resposta à COVID-19 na Amazônia distribuiu mais de 23 mil cestas básicas e kits de higiene, capacitou mais de 500 agentes comunitários de saúde, doou mais de 1,4 milhão de máscaras feitas por costureiras locais e divulgou mensagens educativas de prevenção para mais de 875 mil pessoas na região.

A Fase 2 está promovendo maior resiliência das comunidades amazônicas através do apoio amplo a vacinação contra a COVID-19, campanhas de informação e combate à fake news, e apoiando os sistemas locais de saúde na região com equipamentos e insumos para detectar, prevenir e controlar a transmissão de Covid-19. Além disso, há o acompanhamento de casos agudos e o tratamento de sequelas de síndrome pós-COVID-19.

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