Encontro promovido pelo PSA em parceria com a Secretaria de Saúde e Ufopa enfatizou na capacitação dos Agentes Comunitários das regiões dos rios Tapajós e Arapiuns a necessidade da atenção ao público infantil
Saúde da Mulher e importância do aleitamento materno foram temas dos módulos anteriores. Nesta terceira etapa, os profissionais se encontraram para atualizar os conhecimentos focados à saúde das crianças, contou a enfermeira responsável pela educação em saúde ribeirinha pelo PSA, Marcela Pinheiro: “O módulo de saúde da criança é voltado para cidadania, doenças prevalentes na infância e avaliação do crescimento e desenvolvimento da criança. Hoje foi um momento para a gente tirar as dúvidas”
O curso mensal realizado na sede do PSA com os profissionais de saúde das regiões ribeirinhas da Amazônia amplia o conhecimento, atualiza as informações e possibilita maior reflexão sobre o que é necessário para melhorar o atendimento às crianças. Para o médico e fundador do PSA, Eugenio Scannavino a capacitação objetiva contribuir para a atenção básica e atendimento especializado às famílias dessas comunidades: “Já tivemos treinamento de território, de saúde da mulher e agora nós estamos introduzindo saúde da criança I e II, adolescente e saúde do idoso. Com isso nós estamos trazendo todos os conteúdos mais atualizados do Ministério da Saúde, os instrumentos, como utilizar a carteira da criança, da mulher. Como informar isso no sistema”.
A educação permanente em saúde de iniciativa do PSA, Ufopa e Semsa fortalece o trabalho diário, mas também capacita para a atuação dos agentes para os atendimentos do Barco Hospital Abaré que promove visitas nas comunidades. Quando a unidade chega, além dos atendimentos, crianças, jovens e adolescentes participam de oficinas lúdicas voltadas à saúde.
Para o Agente Comunitário Marivaldo Ferreira da aldeia Solimões no Rio Tapajós, muita coisa mudou nessa região que há alguns anos sofreu uma epidemia de doenças da primeira infância dos moradores: “Em 1998 quando eu entrei o número de diarreias, gripe, dermatose era muito alto. Hoje é difícil, mas ainda tem muito o que trabalhar” – conta.
Participam do programa ACS das comunidades: Tucumã, São Miguel, Aminã, Atodi, Novo Gurupá-Atrocal, MOnte Sião, Curi, Nova vista, Alto Mentai, Vila Brasil, Coroca, Cachoeira do Aruã, Vila Gorete, Guaraná – arapixuna, Cachoeira do Maró, Vila de Boim, Nuquini, Samauma, Surucuá, Parauná, São Tomé, Vila de Boim, Enseada do Amorim, Capixauã, Aldeia Muratuba, Pedra Branca, Vila do Amorim, Maripá, Aldeia Santo Amaro, Paricatuba, Suruacá, Cabeceira do Amorim, Ukena, Aldeia Solimões, Vila Franca.
Campanha #Podeserabuso
Durante o encontro, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdca) e a Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtras) lançaram uma campanha de enfrentamento ao abuso e exploração sexual. A iniciativa é da Fundação Abrinq, que realiza ações em todo o país durante o mês de maio. Em Santarém, a primeira ação foi com os ACS que estão sendo estimulados a multiplicar informações. Segundo a presidente do Comdca Roselene Andrade “O conselho decidiu ser parceiro da campanha da Abrinq. O grande objetivo é instrumentalizar profissionais da área da saúde, da educação e da assistência, principalmente os profissionais que atuam dentro das comunidades ribeirinhas pra que eles possam detectar sinais de possíveis abusos sexuais de crianças e adolescentes” – conclui.
A arte educadora e conselheira fiscalizadora Elis Lucien defende que o tema é fundamental e precisa ganhar a notoriedade para evitar que crianças e adolescentes carreguem traumas na vida adulta: “A violência sexual infantil é uma violação devastadora, pois muitas vezes ocorre em conjunto com outras violações de direitos como o abuso psicológico, a agressão física, negligência, humilhação e até mesmo o atentado contra a vida, saúde e integridade das vítimas” – explica.
Fotos: Djalma Lima e Elis Lucien.