O dia não é para comemorar. Longe disso, a Amazônia nunca esteve tão ameaçada como nos dias atuais. É tema principal de debates, mas sem políticas públicas que de fato garantam devida proteção e o desenvolvimento sustentável para as famílias que nela moram.
Desmatamento, queimadas, caça e pesca predatória e tantos outros crimes continuam acontecendo na maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversidade para o planeta. O Dia da Amazônia celebrado em 5 de setembro é mais do que nunca, data para conscientizar as pessoas sobre a importância de cuidar dessa região.
Mas afinal, como podemos ajudar a Amazônia? Há tantas atitudes do dia a dia que precisam ser repensadas… o que consumimos, como, porque e para onde as embalagens vão, são algumas ações corriqueiras que podem minimizar os impactos à natureza.
Nesta primeira reportagem de uma série de quatro, queremos contar como temos contribuído para a manutenção da Amazônia através do Programa Floresta Ativa. São objetivos estabelecer na Região um novo processo referencial de capacitação rural, para modificar de forma gradual, “o atual sistema de produção baseado na tecnologia do corte e queima em prol de sistemas produtivos integrados, sustentáveis e permanentes em conjunto com alternativas de geração de renda, preservando e fortalecendo o sistema florestal amazônico” – destacou o responsável técnico do PSA, Tiberio Alloggio.
Dentre as metas do programa estão o fortalecimento das cadeias produtivas florestais não madeireiras, o ecoturismo e o empreendedorismo de base comunitária na Região do Tapajós e a Implantação de Centros de Tecnologias Socioambientais na Floresta Nacional do Tapajós e na Reserva Extrativista Tapajós/Arapiuns, baseado em Unidades Demonstrativas e Produtivas, no intuito de estabelecer sistemas economicamente e ecologicamente viáveis para a realidade amazônica.
A expansão de replantio florestais nos roçados das comunidades e a execução de planos de restauração florestal para a recuperação de áreas degradadas para a melhoria da renda através da introdução de mecanismos de compensação ambiental e créditos hoje existentes também são intenções do programa.
Reflorestamento
Visando a reposição florestal da Amazônia, produzimos para distribuição mudas de centenas de espécies madeireiras e frutíferas. Até 2018, foram plantadas 305.308 mudas em comunidades da Resex, Projetos de Assentamento Agroextrativistas (PAE) Lago Grande, Flona e região urbana de Santarém.
Para entrega em 2020, a produção continua no Centro Experimental Floresta Ativa. Não poupamos esforços, para que a coleta, o beneficiamento e plantio contribuam para que cada vez mais a reposição florestal possa ocorrer de forma concreta nos territórios trabalhados pelo PSA. Durante o primeiro semestre, foram produzidas 28 espécies, num total de 33.180 mudas, que no início do inverno serão distribuídas.
Promover na região do Tapajós o manejo sustentável da floresta fortalecendo cadeias produtivas e empreendimentos agroecológicos voltados para conservação ambiental, reposição e restauração florestal são ações fundamentais para a saúde da floresta. É preciso reduzir o desmatamento e as emissões de CO2, validando junto às esferas públicas tecnologias socioambientais passiveis de replicação, como referências para orientar políticas e estratégias para Amazônia proporcionando aos agroextrativistas inclusão social, qualidade de vida e renda.
Um dos principais componentes do Floresta Ativa é o Centro Experimental Floresta Ativa – CEFA. O pólo é referência para a capacitação e o desenvolvimento de projetos e tecnologias socioambientais replicáveis para toda a floresta. Construído dentro da Resex, na comunidade de Carão possui um conjunto de instalações baseadas nos princípios da permacultura e da agroecologia num único sistema integrado de campo. Com parcerias, o CEFA possui:
Base de treinamento e alojamentos, onde são realizados seminários, oficinas, eventos;
Viveiro central (sementeiras, mudas e estocagem) com capacidade de produzir 400 mil mudas;
Meliponário com horta meliponicula e 110 casas de Abelhas;
Área para criação de Galinhas Caipiras;
Açudes para atividades de Aquicultura;
Estação meteorológica;
Sistema de energia renovável.
As ações pontuais revelam o quanto é possível fazer pela Amazônia e que ainda há muito trabalho pela frente para disseminar saúde à floresta, explica o Engenheiro Florestal do PSA Steve Mcqueen: “Saúde não é entendida apenas como uma única forma de bem da floresta. É entendida como um conjunto de fatores que possibilitam às pessoas, aos animais, água, ar. Essa integração que o PSA vem buscando”.
E você, o que pode fazer pela saúde da Amazônia hoje?