Moradores Agroextrativistas e Indígenas do Tapajós participaram de curso para manipulação de derivados da mandioca na Comunidade Surucuá e Aldeia São Pedro. Iniciativa é liderada pelo Programa Floresta Ativa em parceria com o SENAR e AMPRAVAT
A casa de beneficiamento dos derivados da mandioca está sendo construída na Aldeia São Pedro na Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns. Enquanto as obras estruturais seguem, equipamentos já foram adquiridos e a expectativa é que ainda neste primeiro semestre de 2023, o espaço entre em funcionamento.
No local, a Associação de Moradores Agroextrativistas e Indígenas do Tapajós (Ampravat), responsável pelos trabalhos, beneficiará farinhas de mandioca e macaxeira, tucupi reduzido/tucupi preto (Manibé) e outros produtos derivados da mandioca.
Em vias de conclusão das obras, a capacitação dos produtores para garantir higiene e limpeza na casa de beneficiamento é uma das etapas previstas na estratégia do programa. Soliane Costa, responsável técnica da iniciativa, explica que foi iniciado o processo de certificação da casa de beneficiamento dos derivados da mandioca, que deve receber a certificação ADEPARÁ e o selo SIE (Serviço de Inspeção Estadual). Para ela, o curso é uma etapa importante para fortalecer a proposta: “Qualidade para o processamento dos derivados da mandioca. É fundamental que o produtor comece a levar boas práticas de manipulação para entregar um produto de qualidade”, ressalta.
A formação foi realizada em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). O nutricionista Joilson Dutra ministrou o curso de manipulação voltado para a atividade da casa de beneficiamento, já como parte do processo de certificação, que exige que todos os produtores que forem atuar dentro da casa de beneficiamento tenham realizado o curso de manipulação de alimentos.
A presidente da Ampravat, Mariane Sousa, avaliou o encontro de forma positiva e destacou que “esse curso foi muito importante porque nós conhecemos o processo de produção para que esse produto chegue de boa qualidade na mesa das pessoas. Nós trabalhamos com os derivados da mandioca, geleias, molho de cogumelo e ter esses cuidados é importante para Ampravat”.
Aldenira Charles da aldeia Surucuá, falou sobre a necessidade de manter a vigilância durante as produções, para evitar contaminações: “Essa parceria visa qualificar as pessoas para atuar no mercado de fabricação de alimentos. Todos os alimentos são fonte de contaminação e podem causar doenças. Com esse objetivo esse curso acontece. Que esse alimento que saia da agroindústria seja o melhor para atender o cliente”.
O Floresta Ativa presta assistência técnica aos agricultores e extrativistas para melhoria da segurança alimentar e da renda familiar, com práticas que aumentam a produtividade, diversificam a produção, recuperam áreas degradadas e reduzem a necessidade de abertura de novas áreas, do uso do fogo e riscos de incêndios florestais. A cada ano, novas famílias se mobilizam para restauração florestal, coleta de sementes, produção de mudas, implantação de SAF’s (sistemas agroflorestais), culturas de quintal, pequenas agroindústrias, manejo para extração não-madeireiros, e criação de abelhas sem ferrão. Nesta empreitada, conta com o financiamento de apoiadores como o BNDES.
“Esse curso foi muito importante para aprender as práticas de como manusear a mandioca e chegar a um alimento saudável na mesa do cliente” – Frank Castro.
“O curso é muito importante porque a gente produz os alimentos, vai nutrir e fortalecer a forma de produzir com qualidade. Nós como associados sabemos que nossos produtos estão sendo conhecidos em vários locais” – Ana Vitoria Braz.
“As coisas que eu não conhecia, para ter um alimento de boa qualidade, hoje eu estou por dentro de tudo” – Isane Melo.