No período de 10 a 15 de fevereiro, duas embarcações realizaram expedições simultâneas para entrega de mudas aos moradores da Floresta. Além dos colaboradores do Saúde e Alegria, voluntários atuaram nas atividades;
O momento mais aguardado da estratégia de reflorestamento chegou. Durante todo o ano, diferentes etapas são desenvolvidas no Centro Experimental Floresta Ativa com coleta de sementes, produção de mudas no viveiro, poda e demais cuidados para que em fevereiro as espécies sejam distribuídas aos comunitários. Em continuidade às ações de recuperação de áreas desmatadas, a atividade de distribuição em 2020 contou com novos reforços e divisão de equipes para atingir número maior de atendidos. Segundo a coordenação do Programa Floresta Ativa, foram contabilizadas 18 mil mudas, (6 mil mudas no Arapiuns e 12 mil mudas no Tapajós). Neste ano, além dos colaboradores do Saúde e Alegria, embarcaram nas duas expedições, cinco voluntários selecionados por meio de edital, que contribuíram com as viagens.
“O objetivo do projeto é recuperar áreas degradadas nas proximidades das comunidades, nos quintais e junto aos roçados familiares e oferecer aos produtores os instrumentos necessários para implantação de sistemas agroflorestais, permaculturas, entre outras práticas mais eficientes, eficazes e amigáveis ao meio ambiente. Desta forma, além de contribuir com a manutenção da floresta em pé, os agricultores familiares são incentivados a agregarem valor à sua produção, com a diversificação de espécies com valor de mercado, e a experimentação da venda de créditos de reposição florestal” – explicou o coordenador do Programa Floresta Ativa, Paulo Bonassa.
Capacitação e acompanhamento técnico de Sistemas Agroflorestais – SAF´s
Durante o período de entrega, os moradores das comunidades ribeirinhas do Tapajós e Arapiuns também participaram de capacitações e acompanhamento técnico para restauração florestal e desenvolvimento dos plantios no quintal agroflorestal e roçados ecológicos nas comunidades rurais.
A atividade é organizada pelo Saúde e Alegria, com recursos da Fundação Konrad Adenauer – KAS e Fundo Amazônia- BNDES. São parceiros: Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém – STTR-STM, Tapajoara, APRUSPEBRAS, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio e
Casa Familiar Rural de Santarém.
Sistemas agroflorestais (saf´s)
Os consórcios de culturas agrícolas com espécies arbóreas podem ser utilizados para restaurar florestas e recuperar áreas degradadas. A tecnologia ameniza limitações do terreno, minimiza riscos de degradação inerentes à atividade agrícola e otimiza a produtividade a ser obtida. Também há diminuição na perda de fertilidade do solo e no ataque de pragas. A utilização de árvores é fundamental para a recuperação das funções ecológicas, uma vez que possibilita o restabelecimento de boa parte das relações entre as plantas e os animais. Os componentes arbóreos são inseridos como estratégia para o combate da erosão e o aporte de matéria orgânica, restaurando a fertilidade do solo. Além de contribuir para a conservação do meio ambiente, os benefícios dos sistemas agroflorestais despertam o interesse dos agricultores, pois como estão aliados à produção de alimentos, permitem oferecer produtos agrícolas e florestais, incrementando a geração de renda das comunidades agrícolas.
Fotos: Henrique Martins, Valter Oliveira e Alexandre Godinho.