Divulgação de casos suspeitos da síndrome de haff tem causado sérios impactos à trabalhadores do setor pesqueiro na região que sobrevivem da atividade. Doações iniciam nesta quinta-feira (23) em quatro regiões de várzea do município;
Uma ação articulada pelo Projeto Saúde e Alegria, Sapopema, parceria institucional da Colônia de Pescadores Z-20 e Coordenadores de Núcleo de Base e Conselhos Regionais de Pesca do Ituqui, Aritapera, Urucurituba e Tapará e apoio da Ação Cidadania, vai possibilitar a distribuição de 12.831 quilos de alimentos para 1.974 famílias de pescadores na região de várzea de Santarém.
Com a circulação de notícias falsas e incertezas sobre a doença de Haff, pescadores que tentam se recuperar dos impactos vivenciados pela crise da pandemia da covid- 19, estão lamentando a brusca queda nas vendas de peixes, o que tem acentuado a crise para o setor pesqueiro. “O que preocupa mesmo é que os consumidores não têm comparecido nem para comprar outras espécies, o que está causando problemas financeiros aos nossos Pescadores” – disse o diretor de Patrimônio e Finanças da Colônia de Pescadores Z-20, João Mário. A Colônia, que possui 5.866 pescadores artesanais cadastrados na entidade, teme que o público sofra ainda maiores prejuízos com a ausência de comercialização.
Pensando em apoiar emergencialmente os pescadores diretamente afetados por esses impactos econômicos, as entidades se uniram para identificar os mais necessitados e realizar ação de doação de kits de segurança alimentar. “Vão ser distribuídas cestas na região do Tapará, Ituqui, Aritapera e Urucurituba. Em cada comunidade tem um número determinado de cestas seguindo a um protocolo para o atendimento, um critério que os coordenadores dos núcleos de base definiram” – esclareceu a coordenadora da Sapopema, Wandicleia Lopes.
Serão atendidos na ação, pescadores de Costa do Tapará, Pixuna, Santa Maria, Tapara Miri, Tapará Grande, Santana, Boa vista, Barreira, Correio, Ilha de São Miguel, Costa do Aritapera, Mato alto, Água Preta, Carapanatuba, Centro do Aritapera, Cabeça d’Onça, Centro do Surubiaçu, Enseada do Aritapera, Boca de Cima do Aritapera, Santa Terezinha, Ponta do Surubiaçu, Piracaoera de Cima, Piracaoera de Baixo, São Ciríaco, Campos do Aramanai, Campos do Urucurituba, Igarapé do Costa, Arapemã, Aracampina, Nova Vista, Vila Marcos, São José, Conceição do Ituqui, Santana, Patos, Nossa senhora de Lourdes, Fé em Deus, Santarém Miri, Pérola do Maicá, Jaderlândia, Mapiri e Mararu.
A ação é realizada com o apoio da Ação Cidadania, a qual tem como um dos comitês integrantes da Rede o PSA, e cujo objetivo é unir todos os setores da sociedade (governos, empresas, judiciário, organizações sociais, pessoas físicas e organizações militares) para combater a fome.
Para o coordenador do PSA, Paulo Lima, o envolvimento da Ação Cidadania é fundamental para apoiar os pescadores que enfrentam momento delicado, pela pandemia e pela dificuldade para escoar o peixe na região. “Estamos muito satisfeitos com a parceria contínua da Ação Cidadania, onde nos possibilita trabalhar ainda mais forte na agenda de segurança alimentar em nossas ações. Nesse momento em que os pescadores estão sendo impactados, nos dá um conforto saber que podemos ajudar a minimizar um pouco essa situação”.
Ação da Cidadania
Fundada pelo Sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, em 1993, formou uma imensa rede de mobilização de alcance nacional para ajudar 32 milhões de brasileiros que, segundo dados do Ipea, estavam abaixo da linha da pobreza.
É um movimento social que nasceu baseado em um conceito simples: SOLIDARIEDADE, TODOS NÓS PODEMOS. Entre 1993 e 2019 foram arrecadadas mais de 33.000 toneladas de alimentos em todo o Brasil, beneficiando mais de 3.500.000 famílias com o equivalente a 132.000.000 de pratos de comida distribuídos desde 1993. Criada no auge do Movimento pela Ética na Política, a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida se transformou no movimento social mais reconhecido do Brasil. Seu principal eixo de atuação é uma extensa rede de mobilização formada por comitês locais da sociedade civil organizada em todo o país, em sua maioria compostos por lideranças comunitárias, mas com participação de todos os setores sociais, especialmente nas ODS’s 1 (Erradicação da Pobreza), 2 (Fome Zero e 10 (Redução de Desigualdades).
Através de parceria entre o Saúde e Alegria e a Ação Cidadania em julho de 2020, alimentos foram entregues em comunidades da Amazônia e periferia de Santarém possibilitando a distribuição de 1.500 cestas para comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e área urbana do município.
Em março de 2021, mil famílias foram beneficiadas com kits de proteção alimentar através da parceria com a Ação Cidadania, e distribuição às instituições: Famcos, Movimento Tapajós Vivo e Rotarys Club que mapearam famílias carentes do município de Santarém.
Já em junho deste ano, o Saúde e Alegria apoiou ação de segurança alimentar da Prefeitura de Santarém no atendimento à mil famílias da várzea impactadas pelas enchentes na região.