Sistemas de água e saneamento beneficiam famílias no Lago Grande

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Famílias de Terra Preta do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Lago Grande, receberam tecnologias de acesso à água e saneamento em última etapa do Programa Cisterna na região

Com muita alegria, a equipe de água e saneamento do Projeto Saúde e Alegria anunciou a conclusão da última obra do Programa Cisterna do Ministério do Desenvolvimento Social, coordenado pelo PSA na região. Foram entregues  sistemas de água e saneamento para a comunidade Terra Preta, região do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Lago Grande.

Aproximadamente trezentas pessoas de 59 famílias foram beneficiadas com as tecnologias nº15 para as residências localizadas no centro da comunidade que compreendem um microssistema com reservatório elevado, rede de distribuição nas ruas, captação de água de chuva nas casas, elevado e uma caixa de mil litros para cada residência; e; nº 23 para oito famílias que moram em locais mais afastados e de difícil acesso. Estas receberam sistemas de captação de água de chuva, um elevado com caixa de mil litros, elevado com caixa de 5 mil litros, banheiros completos, uma pia de cozinha e um filtro de barro, comentou o gestor do Programa de Água do PSA, Carlos Dombroski.

Para os moradores que participaram ativamente das atividades de construção, que compreendem desde discussões de autogestão à capacitação para o uso do empreendimento, o momento é de comemoração: “Com muita alegria estamos recebendo essa benção que nossa comunidade estava precisando realmente e isso foi muito importante para as famílias que sofriam com a falta de água. Pra gente é muito satisfatório estar com esse projeto na comunidade”, disse a liderança Janete Branco.

Elevado com caixas d’água e poço de 120 metros, garantem o abastecimento ininterrupto na comunidade. Fotos: Carlos Dombroski/PSA.

As tecnologias implementadas contribuíram para a qualidade de vida de crianças, adultos e idosos que deixaram de caminhar longas distâncias para conseguir água em igarapés, comentou Ediel Damasceno: “Melhorou muito porque às vezes a gente tomava água da chuva. Antes a gente precisava tomar água do igarapé”. Jarvas Tavares, comunitário, destacou que era um desejo antigo da comunidade do PAE, conseguir acesso ao líquido para melhorar as condições sanitárias para todos: “A gente sempre esperou porque as crianças precisavam tomar banho para ir pra escola e a descida para o igarapé é muito feia, muito ruim. A gente está feliz”.

Os trabalhos foram realizados com a parceria da Somecdh – executora das obras, Feagle – representante do território e parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Semap), que cavou um poço de 120 metros para garantir o abastecimento ininterrupto. “São parcerias que somam esforços para melhorar a qualidade de vida das famílias nas comunidades”, destacou o titular da Semap, Bruno Costa.

Com esta entrega, o PSA atinge a marca de mil duzentas e quarenta e três (1.243) famílias beneficiadas com tecnologias de acesso à água e saneamento do Programa Cisternas, em comunidades e aldeias dos Municípios de Santarém, Belterra e Itaituba. Apenas no Lago Grande, treze comunidades receberam os sistemas de abastecimento. As obras coordenadas pelo PSA, credenciado como gestor do Cisterna na região, foram executadas pela Sapopema, Somecdh e Asproc.

Saúde e Alegria no Lago Grande 

Ameaçado por conflitos territoriais, o Projeto de Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande abriga 154 comunidades e 6.600 famílias indígenas, ribeirinhas, que trabalham com extrativismo e agricultura de base familiar. A região é palco de inúmeras disputas territoriais, devido à pressão pesqueira, mineração, desmatamento e garimpo.

O Saúde e Alegria tem investido diferentes frentes de trabalho para fortalecer o território e contribuir para a geração de renda local, defesa do ecossistema e qualidade de vida para as populações nativas.

Na economia, o Programa Floresta Ativa tem realizado capacitações junto aos extrativistas para manejo de abelhas sem ferrão com moradores de Aninduba, Carariacá, Dourado, Vila Amazonas, Guajará e São Francisco. Estão previstas ações para implementação de Sistemas Agroflorestais e assistência técnica para produções de galinhas.

Na saúde, instalou sistema de energia solar off grid na Unidade Básica de Saúde de Piraquara, responsável pela cobertura de vinte e duas comunidades ribeirinhas no PAE, possibilitando a conservação adequada de vacinas no posto de saúde que atende 3.926 pessoas das comunidades adjacentes e Cachoeira do Aruã responsável pela cobertura de vinte e uma comunidades ribeirinhas através do apoio da Fundação Core.

UBS de Cachoeira do Aruã com energia solar para conservação de vacinas.

Na área da comunicação, o coletivo de jovens Guardiões do Bem Viver integra a equipe da Escola de Redes Comunitárias da Amazônia – um programa internacional de formação que, no Brasil, é liderado pelo Projeto Saúde e Alegria. Os Guardiões atuam na mobilização dos moradores, representando um braço da Federação das Associações de Moradores e Comunidades do Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande (Feagle) – órgão máximo de representação das comunidades do PAE. Uma das ações do coletivo é a divulgação, nas redes sociais, do trabalho da Federação, além de denúncias do território sobre crimes ambientais.

Entre 2020 e 2021, a campanha #ComSaudeeAlegriaSemCorona realizou três expedições para entregas de kits de higiene e proteção em novembro de 2020 e e março de 2021 e alimentos em dezembro de 2021.

O Programa de Água e Saneamento beneficiou até abril de 2022, treze comunidades com sistemas de abastecimento: Amari, Bom Jardim, Castanhalzinho, Cuipiranga, Lago Central, Maicá, Membeca, Piauí, Santana, São José do Arapixuna, Soledade, Terra Preta dos Vianas e Vila Amazonas. Através do programa aliança água + acesso a comunidade Murui recebeu uma rede de distribuição de 2.400 metros de extensão, beneficiando 40 famílias em uma localidade com alta incidência de doenças de veiculação hídrica e mortalidade por viroses e diarreias agudas, relacionadas ao consumo inadequado de água do rio e à falta de saneamento básico.

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